A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia está alertando os corredores, principalmente amadores, de que a dor ou incômodo no joelho não é apenas um sinal de que o treino foi excessivo, mas pode ser indicação de alterações no alinhamentos dos membros inferiores, como por exemplo o joelho valgo – com aproximação das articulações e afastamento dos pés – ou de joelho varo – com arqueamento das pernas, que leva à projeção das articulações para fora.

“O alívio dos sintomas das dores nas pernas pela corrida pode ser possível com o uso tênis adequados para esta atividade”, explica a presidente da SBOT, Patrícia de Moraes Barros Fucs, mas a recomendação é que se a dor se mantiver, é preciso consultar um ortopedista especializado.

O alerta da SBOT foi feito devido ao crescimento do número de brasileiros que se exercitam com corrida, “o que é ótimo”, insiste, e também a recentes questionamentos de corredores com dor aos órgãos da mídia, que recomendam que o corredor ouça um ortopedista.

“A recomendação está correta”, diz Patrícia Fucs, em casos simples de dor causada por pequenos desvios na posição dos joelhos ou de corredores que têm pé pronado ou pé varo, um tênis adequado pode ser suficiente para eliminar o problema, mas com dor persistente é importante consultar um ortopedista especializado e a relação desses especialistas por Estado e cidade pode ser encontrada aqui no site da SBRATE.

Os ortopedistas explicam que na pisada pronada a tendência do corredor é apoiar mais o lado de dentro do pé do que o lado de fora e a médio prazo pode aparecer a dor no joelho, enquanto na pisada supinada é a parte de fora do pé, começando pelo calcanhar, que toca primeiro o chão. Eles explicam que é fácil verificar se a pisada de alguém é neutra, pronada ou supinada. Basta olhar a sola do tênis para verificar se o desgaste é igual ou se é maior na parte de dentro ou de fora do ponto que corresponde ao calcanhar.

Desgaste do envelhecimento no joelho

Ainda segundo a presidente da SBOT, como a corrida é esporte de alto impacto e a cartilagem gasta não se recupera, é importante ouvir o ortopedista e usar um tênis adequado a cada situação, pois com a idade mesmo um pequeno problema no joelho pode ser exacerbando. Por isso a importância do amortecimento do impacto oferecido pelo calçado.

“Com o envelhecimento da população é cada vez maior o número de pessoas que acaba precisando fazer uma Artroplastia do joelho”, isto é, substituir a articulação por uma prótese. A médica lembra que em 10 anos os ortopedistas brasileiros fizeram 47.289 operações desse gênero e o número ainda é mais baixo que o necessário, pois em relação à população, os países desenvolvidos fazem 25 vezes mais Artroplastias do joelho.

“Como o primeiro objetivo do ortopedista é prevenir, evitando que o problema se instale”, é importante que o corredor consulte um especialista, para que saiba como preservar e proteger sua articulação do joelho.