A prevalência estimada é de 11%, podendo chegar a 31% em alguns estudos.
O impacto na qualidade de vida pode ser devastador, afetando a autoestima, atividades diárias sociais e laborais, relações sexuais/intimidade, podendo ser causa de depressão.
A origem da Incontinência urinária em homem pode decorrer de causas vesicais, destacando-se a hiperatividade detrusora, insuficiência esfincteriana ou da combinação das duas.
A incidência de Incontinência urinária pós-prostatectomia (IUPP) em estudos mais recentes, está entre 2 – 10%. Em pacientes submetidos a cirurgia para tratamento da hiperplasia prostática benigna a incidência é mais baixa, em torno de 1%. Outro fator importante é a experiência do cirurgiâo, observando-se índices de Incontinência Urinária menores em cirurgiões com alto volume cirúrgico.
Na IUPP, 6 – 9% necessitam de tratamento cirúrgico para correção da IUPP.
Os principais mecanismos de lesão esfincteriana pós-prostatectomia radical são: isquemia do esfíncter uretral, fibrose, atrofia muscular, lesão direta do nervo pudendo e encurtamento do segmento uretral esfincteriano.
Aparentemente a prostatectomia radical Robótica oferecem melhores taxas de recuperação da continência urinária no período pós operatório precoce, mas a prevalência de IUPP após 6 meses tende a ser a mesma que a observada na cirurgia convencional aberta retropúbica.
Os principais fatores de risco de IUPP são idade avançada, extensão do tumor, técnica cirúrgica utilizada, ressecção transuretral prévia, radioterapia pélvica. A avaliação do paciente com IUPP deve ser feita com historia clínica e exame físico detalhado, diário miccional, “pad test” e estudo urodinâmico completo. O tratamento para IUPP pode ser inicialmente com fisioterapia (treinamento do assoalho pélvico) e medicamentoso – com o uso de Imipramina e Duloxetina.
No entanto, se não há melhora com medidas conservadoras, deve-se oferecer ao paciente o tratamento cirúrgico, sendo o Esfíncter Urinário Artificial o padrão ouro no tratamento da Incontinência Urinária Pós-Prostatectomia.
Dr. Felipe Rocha – Cirurgião Urologista na São Pietro Saúde