A miopia é o distúrbio visual que faz com que a imagem se forme antes da retina, em vez de sobre ela. Uma pessoa míope consegue ver objetos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem embaçados (desfocados). Esse distúrbio apresenta diversas possíveis causas, mas a ciência ainda não foi capaz de determinar exatamente qual a importância de cada uma delas. Sabe-se que há um fator genético. Crianças cujos pais são míopes têm maior chance de desenvolver miopia.
Mas como identificar os sinais dessa doença ocular nas crianças? O oftalmopediatra do Grupo São Pietro, Dr. Roberto K. Tavares, em entrevista ao Conexão RS, explicou que crianças geralmente dão alguns sinais, mas não conseguem expressar o que realmente enxergam.
“Ninguém nasce sabendo enxergar. É uma habilidade que a gente tem e não há com o quê comparar. Por isso é importante pelo menos uma consulta entre 1 ou 2 anos de vida para que se tire algumas dúvidas, assim como consultas regulares ao oftalmologista”, explica o doutor.
Segundo o Dr. Roberto, os sintomas que os pais trazem em consultas tardias ao oftalmologista – geralmente no início da alfabetização – são dificuldades para aprender a ler e também por aproximarem muito as coisas do rosto para conseguir enxergar.
Outra informação importante são os fatores que podem agravar a miopia em crianças. “O uso excessivo de telas, longos períodos de exposição a luzes artificiais e ambientes muito restritos são fatores de risco para crianças com predisposição para desenvolver miopia e progressões mais rápidas da doença”, explica.
Em países asiáticos, onde a incidência de miopia é muito alta na infância, se recomenda determinar horários para o uso de aparelhos eletrônicos, a fim de que as crianças priorizem as atividades ao ar livre.
Nos últimos anos, houve um aumento nos casos de miopia infantil, principalmente no período pós pandemia, ocasionando num aumento de consultas a crianças em oftalmologia.
A miopia infantil pode ser tratada através de colírios e lentes especiais que tendem a postergar a evolução da doença. Somente na idade adulta, quando o grau tende a ter uma estabilização total, se torna possível a realização da cirurgia refrativa, que é realizada nas primeiras camadas do olho.
Mesmo que as crianças não apresentem sintomas de problemas de visão, é recomendado levá-las a consultas ao oftalmologista regularmente. Assim, é possível avaliar a quantidade de visão, se existe algum tipo de má formação no olho ou fatores de risco que possam levar a uma qualidade visual ruim ou que piore com o passar do tempo.
Fique atento e ao menor sinal – dor de cabeça, dificuldade para ler, etc – leve-o a um oftalmologista.
Confira a entrevista do Dr. Roberto K. Tavares ao Conexão RS: