Os olhos desempenham um papel vital no desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional durante os primeiros anos de vida. Estimular e cuidar da saúde visual desde cedo é essencial para garantir um desenvolvimento saudável e o bem-estar geral da criança. E a saúde ocular é um tema essencial, principalmente nesta época da volta às aulas.

Problemas oculares podem impactar o desempenho de crianças e adolescentes nos estudos sem que sejam notados logo de início. Uma criança pequena  que não vê bem costuma achar que todo mundo enxerga do mesmo jeito que ela. Por isso, ela não reclama ou conta para alguém, fazendo com que o problema fique invisível. Inclusive, algumas crianças apresentam baixo rendimento escolar sem que suspeitem que pode haver relação com a visão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a maior parte dos casos de cegueira ou déficit visual em crianças estão relacionados a doenças preveníveis e tratáveis, ou seja, poderiam ter sido evitadas e tratadas desde cedo com diagnóstico rápido e ou pré-natal bem feito.

De acordo com o médico oftalmologista do Hospital Banco de Olhos São Pietro, Dr. Fausto Stangler, o pré-natal é essencial para a prevenção de doenças oculares no recém-nascido. “Diversas doenças da mãe podem afetar a formação do bebê e dos olhos durante a gestação, como a toxoplasmose, o citomegalovírus, a sífilis, a rubéola, o herpes e mesmo a AIDS. Algumas destas alterações oculares podem ser diagnosticadas ainda na maternidade”.

A Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que o Teste do Reflexo Vermelho (Teste do Olhinho) seja realizado pelo pediatra na maternidade antes da alta hospitalar e, no caso de apresentar alteração, o recém-nascido deve ser encaminhado para um médico oftalmologista. “Esse é um teste rápido e fácil, e que pode salvar a visão do recém-nascido. Ainda que o teste se revele normal, existem doenças que o teste não identifica, e outras que podem surgir após o nascimento. Por isso, é recomendável que os pais levem seus filhos ao oftalmologista já a partir dos 6 meses de idade”, recomenda Stangler.

Ainda que a criança não fale, é possível obter informações importantes sobre o estado de saúde ocular dos bebês. Entre os 6 e 12 meses pode ser realizado exame oftalmológico abrangente, com inspeção dos olhos e anexos, estimativa da refração e do grau dos olhos, avaliação da motilidade e alinhamento ocular e fixação ocular e avaliação das estruturas internas como a retina ou a presença de catarata, glaucoma ou retinoblastoma. Já a partir da faixa de 3 a 5 anos pode ser realizado o exame oftalmológico completo – com inspeção dos olhos e anexos, incluindo acuidade visual, refração e avaliação de fundo de olho.

Entre as doenças que podem aparecer no exame oftalmológico completo está o retinoblastoma, o câncer mais comum na retina. A enfermidade é muito rara, mas pode resultar em perda da visão do olho, perda do globo ocular e, como se trata de um câncer agressivo e com grande capacidade metastática, risco de vida. “É uma doença das células da retina que acontece de forma congênita, em sua maioria de origem genética, que pode ser detectada nos primeiros exames oftalmológicos. Por isso, a importância do teste do olhinho e demais exames de rotina a partir dos 6 meses de vida”, explica o Dr. Stangler.

Sobre o uso de telas, o Dr. Stangler afirma que a relação entre a exposição a telas e o desenvolvimento ou progressão da miopia está sendo amplamente estudada na oftalmologia. “Em grande parte, porque o uso excessivo de telas muitas vezes substitui atividades ao ar livre com exposição solar, e isso tem sido apontado como fator prejudicial. Contudo, ainda não existe um consenso científico firme sobre essa questão. De qualquer forma, muitos oftalmologistas tendem a recomendar o uso moderado de telas, ponderando os possíveis riscos e benefícios dessa prática”.

Já a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desaconselha o uso de telas por parte dos bebês, devido a perturbações do desenvolvimento cognitivo e social. Segundo a SBP, o limite de tempo para as crianças estarem em contato com esses aparelhos são determinados pela faixa etária, sempre com supervisão. Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames; dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia; dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia; dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.

Para ajudar a reduzir o uso de computadores e celulares pelas crianças, é importante criar rotinas diárias. Isso significa ter horários estabelecidos para dormir, brincar ao ar livre e fazer outras atividades. Muitas vezes as crianças, e até alguns adultos, não percebem quando estão usando seus dispositivos por muito tempo. Isso pode atrapalhar hábitos saudáveis, como usar o celular durante as refeições, durante os estudos, durante atividades sociais ou mesmo perturbando a higiene do sono na hora de dormir. De acordo com o oftalmologista, “o celular é uma ferramenta útil, estimulante e poderosa. Mas é essencial usá-lo de forma positiva, sem criar dependência”.

Desta forma, com cuidados de prevenção desde a mais tenra idade, é possível oferecer às nossas crianças uma saúde visual além da boa visão. O Hospital Banco de Olhos São Pietro conta com toda infraestrutura de equipamentos e profissionais habilitados ao atendimento da primeira infância, incluindo especialistas na área da retina, com competência e expertise em diversos diagnósticos. É crucial seguir de perto as orientações médicas e cuidados regulares de acompanhamento para garantir o melhor resultado possível.


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